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quinta-feira, 20 de outubro de 2011
TRABALHANDO COM CRIANÇAS QUE NÃO FALAM NO AEE
A linguagem oral é fator fundamental para a comunicação. E as crianças que ainda não sabem se comunicar o que fazer? Como os autistas por exemplo. Então como fazer para entender nos primeiros contatos com o aluno seus desejos, necessidades, e preferências? Sabemos que não existem fórmulas. Você se depara com um aluno, com dificuldades extrema de comunicação, ele não fala, não gesticula e não usa nenhuma forma para se comunicar, apenas grita. Não responde de nenhuma maneira as tentativas de comunicação e incentivos do professor. Então bate uma insegurança, uma incerteza sobre o que realmente precisamos fazer. Nestes momentos percebemos que não damos conta de tudo. Há um desequilíbrio e uma incerteza sobre tudo o que lemos, sobre todas as teorias que aparentemente estão tão distante da prática; percebemos que os estudos realizados sobre o assunto parece não nos ajudar muito. Reconhecer nossa "incapacidade" é fundamental para que busquemos as soluções para o nosso problema . O que devemos fazer então nesse caso, além de buscarmos informações teóricas? O primeiro passo é estudar bem o aluno, e para isso precisamos obter informações mais detalhadas sobre ele com sua família, professores e outros profissionais que o atendem.Em seguida observá-lo detalhadamente. Depois tentaremos usar o maior número de recursos que pudermos para facilitar a comunicação do mesmo de acordo com o que descobrimos sobre ele. É sempre bom elaborar fichas com dados pessoais e registar tudo o que considerarmos relevantes. Também precisamos nos lembrar que o que dá certo para um aluno as vezes não dá certo para outro,porque cada pessoa é única. Com meus alunos que não falam ou que não usam a fala para se comunicar, utilizei muitos recursos auditivos como músicas, narração de histórias, jogos com músicas no computador e que utilizam ricamente a linguagem oral, DVDs. E tudo que vou fazer lhes informo fazendo-lhes as antecipações, especialmente para os autistas (tenho 4 alunos).Uso a linguagem oral o tempo todo e os incentivo a falar perguntando-lhes constantemente sobre o que querem, instigando-os a usarem a fala. Os resultados estão sendo surpreendentes, dos quatro alunos autistas que tenho só um ainda não consegue falar, apenas balbucia a palavra "quer", mas isso já é um grande avanço, pois antes não pronunciava nenhum som, só gritava. Este tem autismo num grau muito avançado, mas estamos buscando outras formas de ajudá-lo. Como escrevi não existe fórmulas, devemos sempre buscar novos caminhos para conseguir fazer a diferença na vida das nossas crianças. Estou ainda em busca de outras maneiras mais eficazes para trabalhar com os alunos autistas, contudo tenho conseguido alguns avanços, pois já percebo o que querem e o que não querem fazer. Descobri que o meu melhor professor é o meu aluno, se um recurso não dá certo tento outros o importante é não desistir e sempre acreditar que podemos fazer mais, mesmo que as vezes as respostas não venham imediatamente.Usar a linguagem oral, articulando bem as palavras e dando significados a elas é um ótimo meio para que o aluno perceba sua utilização e importância, por exemplo: Um dos meus alunos autistas que não usava a linguagem oral, quando queria ir ao banheiro, as vezes segurava o pênis ou fazia xixi na roupa, todas as vezes que isso acontecia, mostrava para ele o banheiro e repetia a frase, você quer fazer xixi? Depois de um certo tempo, com a ajuda da professora da sala regular, ele começou a pedir oralmente para fazer xixi, usando a palavra xixi. A repetição e a rotina nas ações para as crianças autistas é muito importante. Temos tido avanços significativos agindo assim. Temos muito que aprender ainda, estamos só engatinhando no atendimento às crianças que tem dificuldade de comunicação. Quando a linguagem oral não é possível de jeito nenhum, então é preciso se construir pranchas ou cartões de comunicação para o aluno, com tanto que ele aprenda a se comunicar de alguma maneira. Esses cartões podem ser elaborados com figuras e palavras onde se colocam as ações, substantivos e adjetivos mais comuns que podem fazer parte do universo da criança, Por exemplo:para representar eu quero água, coloca-se uma figura de uma criança bebendo água ou uma figura de um copo com água e a palavra água logo abaixo ou uma frase eu quero água. O aluno terá que ser trabalhado para aprender a usar esse recurso. Há símbolos prontos conhecidos internacionalmente que poderão ser usados. Essas fichas devem acompanhar o aluno em todos os lugares.
Obs: Antecipações é quando se relata com antecedência as ações que serão realizadas para o aluno, com a finalidade dele perceber, ou se preparar para o que vai acontecer. Os autista não conseguem fazer normalmente antecipações,ou seja, prevê as ações que irão acontecer como as pessoas "normais".
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É um trabalho muito difícil de realizar, mas o professor tem esse dom e paciência de saber desenvolver e também sabe usar estratégias que deem certo,lógico que com um bom material que é necessário para aprendizagem e cognição do aluno.Eu amo a Educação Especial, e a cada estudo e me encanto mais.Parabéns pelo blog e pelo belíssimo trabalho que é de divulgar informações sobre Educação Especial.
ResponderExcluirObrigada, pela sua visita, fiquei muito honrada. Fico feliz que tenha gostado do nosso trabalho. Visitei o seu blog e tb desejo parabenuzar-lhe belo belíssimo trabalho. Um grande abraço!
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