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quinta-feira, 7 de agosto de 2014
APRENDENDO COM A PRÁTICA - TRABALHANDO COM BRAILLE
Minha aluna tem visão sub normal no olho esquerdo (0,5%) e no direito cegueira total. Ela tem Retinopatia da Prematuridade, nasceu com 5 meses de gestação. Além disso tem alguns comprometimentos neurológicos, também tem hidroencefalia, usa uma válvula para eliminação dos líquidos que se acumulam na cabeça. Contudo, é uma criança alegre, simpática, inteligente e cheia de vida. Ela está há três anos no AEE- Atendimento Educacional Especializado, porém sua frequência é extremamente irregular, devido a problemas familiares e algumas vezes de saúde. Recentemente consegui que sua avó materna a trouxesse para os atendimentos. Recomeçamos nossos estudos sobre o Brillle, ela não tem atendimento em outra instituição, apesar do muito esforço que fizemos, há dois anos conseguimos uma vaga para a reabilitação no Instituto dos cegos do RN, mas ela não vai a este atendimento. Este mês, estou intercalando, ou seja, usando o alfabeto móvel em alto relevo para aprendermos Português e em seguida traduzimos as letras, sílabas e palavras para o código Braille. Essa foi uma estratégia que resolvi dispor e até agora, com essa aluna, está dando certo. Esqueci de mencionar que apesar de enxergar 0,5% no olho esquerdo, minha aluna é cega funcional, não consegue ver, em nenhuma fonte disponível socialmente. Fiz os testes visuais com contrastes diferentes e fontes até 96 e não obtivemos sucesso, pedi uma avaliação dos meus resultados ao IERC - Instituto Estadual de Reabilitação de Cegos, bem como um parecer da SME - Secretaria Municipal de Educação da nossa cidade para que confirmasse ou não a minha avaliação. Uma coordenora da SME fez a mesma avaliação na aluna e confirmou a minha posição de que a aluna é cega funcional, nunca lerá em tinta, tendo que ser alfabetizada em Braille. Então temos viajado neste universo, fiz o código Braille grande e o preguei na parede. Com uma verba enviada pelo MEC adquirimos O Brailito, Um bingo em Braille, uma bola de guizo, um alfabeto em EVA, um globo em alto relevo e outros. As vezes conto uma estória (ela ama ouvir estórias)e em seguida trabalhamos palavras da mesma em Brille. Também temos um livro neste código. Essa criança ama música e muitas vezes trabalhamos com os instrumentos da bandinha, cantando, dançando e tocando. Ela ri o tempo todo. Tenho uma caixa de areia com miniaturas e a aluna gosta muito de manuseá-las, aproveito para trabalhar a linguagem oral e a imaginação, mas estamos focadas no Braille, pois ela já está no quarto ano e precisa ler e escrever. Já está alfabética, seu desenvolvimento cognitivo tem sido satisfatório, mas precisamos avançar mais. Usamos o Braille de diferentes formas, primeiro utilizamos os códigos separadamente e em seguida fazemos as combinações para formar palavras e frases, números e outros. Precisei fazer um curso de Brille no IERC, para trabalhar com essa aluna. Na SRM nunca paramos de estudar.
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