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sábado, 5 de maio de 2012

ENSINANDO BRAILLE NO AEE

Este ano estou trabalhando com uma aluna DV (deficiente visual), ela tem Retinopatia da Prematuridade, com visão subnormal no olho único esquerdo. Quando fiz o teste de acuidade visual percebi que só enxergava pontos de luz, cores fortes como preto e vermelho, conseguia determinar vultos, mas não formas. Não conseguiu ver nenhuma letra em tinta, foi testado até a fonte 185. As normas nos esclarecem que se uma pessoa não consegue enxergar até a fonte 36, deverá ser ensinado o código Braille, pois jamais lerá ou escreverá em tinta. A possibilidade de ter livros ou material impresso com fontes maiores que essa é mínima, devido ao volume exagerado que teria que ser esse impresso. Então diante de tudo isso, constatei que para minha aluna o ideal seria aprender o código Braille. Depois da minha avaliação pedi  a opinião da minha coordenadora da Secretaria Municipal de Educação que é Doutora em DV e do Instituto dos Cegos de Natal. Todos concordaram comigo depois de ter avaliado pessoalmente a aluna. Eu já havia feito um curso de Braille há dois anos e estou reaprendendo esse código junto com ela. A primeira coisa que fiz foi fazer o Braille em tamanho grande com cartolina Guache e EVA grosso. Fiz a cela Braille inteira com todos os pontos para primeiro ensinar a localização espacial dos pontos que são (1,2,3,4,5,6), após a aluna aprender os pontos, passamos para a letra A depois a B e estamos na letra C. Ao mesmo tempo tenho trabalhado a sensibilização tátil que é fator muito importante para se aprender o Braille. Tenho usado texturas e formas diferentes para fazer esse trabalho com caixas, tecidos, lixas, material emborrachado, papéis diversos e tudo que eu posso usar para fazer minha aluna tocar, delinear com as mãos para que aprenda a descobrir o mundo com o tato. Uso também histórias e músicas em CDs, para aprimorar a percepção auditiva. Na realidade, quando se trabalha com pessoas com deficiência visual, tem-se que usar todos os sentidos restantes para auxiliar aprendizagem ( tato, olfato, audição). Quando minha aluna estiver dominando o braille grande que construí, passarei para um menor que compramos, até chegar na cela real que é minúscula, feita na reglete. Tenho muita esperança que ela aprenderá logo a ler em Braille. A minha intenção agora é ensinar-lhe palavras dissílabas com as letras que está aprendendo. E antes de Tudo o seu nome. Em breve postarei o alfabeto que construí e relatarei mais avanços, desta minha nova experiência que por sinal estou amando.

2 comentários:

  1. Que trabalho lindo este seu. Parabéns! Pessoas como você merecem inúmeros prêmios. Mas tenha a certeza de que há um galardão preparado por Deus. Se os homens não te premiam. Deus há de te premiar. Jesus te ama também. Bjs.

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  2. Muito lindo, seu trabalho e pela iniciativa.
    Eu fico maravilhada quando encontro pessoas tocada por Deus, como vocẽ para ajudar que perderam a visão.
    Gostaria muito de aprender com você.
    Prestei vestibular para o curso de letras, não sei se passei ainda, mas se conseguir, quero acrescentar este conhecimento a mais e estar preparada para receber alunos especiais.
    Muito belo seu trabalho, parabéns.

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